CERA ADULTERADA COM ESTEARINA IMPRÓPRIA PARA A APICULTURA

Foi recentemente publicado na revista Apidologie, um artigo científico onde se estuda o efeito da adulteração de ceras com estearina e parafina na sobrevivência da criação de abelhas da espécie Apis mellifera
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A estearina (ou ácido esteárico) é muitas vezes misturada com a parafina para melhorar a resistência mecânica das ceras adulteradas. Segundo os autores, fica comprovado que o favo formado a partir de cera moldada adulterada com estearina provoca uma diminuição (estatisticamente significativa) da sobrevivência da criação, quando comparada com a sobrevivência da criação em favos construídos a partir de cera de abelha não adulterada.
Esta mortalidade é significativa para diferentes concentrações de estearina (10%, 30%, e 50% de estearina, o que corresponde a 3,9%, 11,7% e 19,5% de ácido esteárico, respetivamente). De referir ainda que a criação nestes quadros apresenta-se muitas vezes em mosaico, ainda que a postura da rainha tenha sido homogénea. A criação em mosaico deve-se á morte de criação, em particular de larvas, muito provavelmente devido a alterações nas propriedades da geleia real. As larvas transferidas para cúpulas com cera adulterado com estearina apresentam o mesmo problema.
A utilização de cera moldada adulterada com parafina não reduz a taxa de sobrevivência da criação, mas diminui a resistência mecânica do favo.
O estudo conclui que qualquer que seja a percentagem de estearina/ácido esteárico com que se adultere a cera de abelha, torna esta imprópria para utilização na apicultura.